Senta que lá vem documento

ATENÇÃO: os dados descritos abaixo referem-se ao que foi realizado no fórum João Mendes em São Paulo. Não tenho informação se esse é um processo padrão em todos os fóruns ou comarcas do Brasil, nem mesmo como saber se algum dos passos abaixo foi alterado.

Na sua primeira visita ao fórum, além de receber a orientação adequada e atualizada, você receberá o formulário e a lista de documentos necessários. Abaixo listo como seu deu o nosso processo.

Planilha para cadastramento de pretendentes a adoção

A) Dados do(s) pretendente(s):

– Nome completo, data de nascimento

– CPF e RG

– Sexo, raça e estado civil (se for casado, informe a data da união)

– Nacionalidade, cidade e estado

– Nome do pai e da mãe

– Escolaridade, profissão

– Faixa salarial e renda mensal líquida

– Endereço residencial completo

– Email e telefones de contato

– Frequenta grupo de apoio? (Se sim, qual?)

– Tem filhos biológicos? Quantos e qual a idade do mais novo e do mais velho?

– Tem filhos adotivos? Quantos e qual a idade do mais novo e do mais velho?

– Há um segundo pretendente a adoção? (se sim, a outra pessoa irá preencher as mesmas informações solicitadas acima)

– O casal tem filhos biológicos? Quantos e qual a idade do mais novo e do mais velho?

– O casal tem filhos adotivos? Quantos e qual a idade do mais novo e do mais velho?

B) Perfil da criança desejada

– Quantas crianças pretende adotar?

– Aceita adotar irmãos?

– Aceita adotar gêmeos?

– Determine a faixa etária que deseja adotar de 0 a 18 anos

– Aceita adotar em outro estado? Se sim, sinaliza quais

– Cor (as opções são: branca, preta, parda, amarela, indígena, indiferente)

– Sexo

– Assinale apenas os itens para os quais manifesta restrição (as opções são: doença tratável, doença não tratável, doença física, deficiência mental, vírus HIV, não faz restrição)

– Coloque sim e não, especificando os problemas aceitos/ não aceitos pelo(s) pretendente(s) (as opções são: problemas físicos não tratáveis, problemas físicos tratáveis grave, problemas físicos tratáveis leves, problemas mentais não tratáveis, problemas mentais tratáveis graves, problemas tratáveis leves, problemas psicológicos graves, problemas psicológicos leves, pais soropositivos para HIV, criança com sorologia positiva para HIV,  criança com sorologia negativa para HIV, pais alcoolistas, pais drogaditos, criança fruto de estupro, criança fruto de incesto, criança vítima de estupro, criança vítima de atentado violento ao pudor, criança vitimizada [vítima de maus tratos sejam eles físicos, emocionais ou psicológicos])

C) Lista de documentos que devem ser entregues junto com o formulário preenchido (não me lembro de todos, mas coloco aqui aqueles que me recordo):

– Xerox autenticado do CPF, RG e título de eleitor do(s) pretendente(s)

– Xerox autenticado de votação da última eleição

– Xerox autenticado de comprovante de residência

– Se casado, xerox autenticado da certidão de casamento. Se não casado, xerox autenticado da certidão de nascimento

– Se habilitado, xerox simples da habilitação

– Xerox autenticado de holerite ou outro comprovante de renda (ex. Declaração de imposto de renda)

– Xerox simples da Carteira de trabalho e PIS

– Se homem, xerox simples do certificado de reservista

– Fotos de todos os cômodos da residência

– Fotos da área externa da residência

– Fotos 3×4 recente do pretendente(s)

Tudo isso deve ser entregue no cartório do fórum que lhe foi informado como sendo da sua comarca. O funcionário irá receber esses papeis e lhe entregar um recibo. Quando dada a abertura do processo pelo cartório do fórum, esse recibo te dá direito a ter acesso ao número do seu processo de adoção.

Para saber se o processo já foi aberto, ligue no cartório do fórum, informe o número do recibo ou seu CPF e questione se o número do processo já está disponível. Se o a pessoa que lhe atender for muito fofa-gentil-adorável, ela vai informar o número por telefone. Mas em quase 100% dos casos eles informam que sim, já foi aberto e que você pode ir pessoalmente ao fórum retirar o número. Esse foi o nosso caso. Ao chegar lá o funcionário rasgou um pedaço de A4, anotou o número e nos entregou (vai entender)

Tempo: não vai ficar ligando a cada 2 dias. O registro do processo varia muito de fórum para fórum. Depende muito da estrutura disponível para isso. Posso informar que nosso processo demorou cerca de 30 dias úteis para ser aberto. Não sei se é pouco ou muito comparado a outros fóruns. É apenas para vc ter um “cheiro” de como as coisas acontecem. E vai, não se faça de bobo, vc também mora no Brasil, conhece como as coisas funcionam.

A partir da abertura do processo e com o número em mãos é possível acessar o site: http://esaj.tjsp.jus.br/cpo/pg/open.do. Utilize apenas o campo disponível para número do processo e mande pesquisar. Vc consegue acompanhar o andamento do processo dentro do fórum.

Reforçando: Não sei se a planilha de cadastro é a mesma em outros fóruns, se os documentos solicitados são os mesmos e nem se outros fóruns tem acompanhamento virtual do processo. Aproveite sua primeira visita para fazer todas essas perguntas =)

A primeira vez

Fomos ao Fórum João Mendes no dia 15 de setembro de 2011, por volta de 13hs. Apesar de ser o orgulho do magistrado paulistano, construído em estilo neoclassico inspirado no Palácio da Justiça de Roma, repleto de largos corredores e cercado de incontáveis portas, me pareceu mais triste e bucólico que imponente, cheio de montanhas de papeis empoeirados cobertos por plásticos velhos.

Após um pouco de dificuldade para localizar o local correto, chegamos à Vara da Infância e Juventude. Nos dirigimos à primeira porta aberta, era o cartório. Fomos encaminhados para uma Assistente Social que nos pediu alguns minutos e nos recebeu gentilmente.

Ao informarmos sobre a intenção de nos candidatarmos a adoção, ela respirou fundo. Parecia buscar energia lá do fundo, como alguém que já fez aquele ritual centenas de vezes vendo muitos finais felizes e tristes.

Foi ela quem nos deu nosso primeiro tapa da cara. Como uma inspetora de colégio, que é obrigada a fazer o serviço chato de sempre chamar atenção, mas consciente da importância desse procedimento, ela iniciou seu rosário de verdades e alertas. Em momento algum nos perguntou nossa motivação (esse prato é servido mais tarde). Nesse momento inicial, nos preparou sabiamente para enfrentarmos o que estava por vir.

Nos entregou uma “Planilha para cadastramento de pretendentes a adoção”, uma lista de documentos necessários, uma lista de filmes e livros indicados, um panfleto de um grupo de acompanhamento de adotantes e uma cartilha do ministério publico com perguntas mais frequentes sobre adoção. Tudo em xerox meio torto, meio apagado. Em sua maioria datado de 2008.

A seguir narro de forma livre a conversa de cerca de uma hora que tivemos….

Após ler todo o material conosco e perguntar se tínhamos dúvidas, nos soltou a seguinte pergunta: vcs assistiram o filme Juno?  Nós, sorridentes, dissemos que sim. Então ela disse: essa não é a realidade da adoção no Brasil. Nenhuma mocinha branca, saudável e linda vai ficar grávida sem querer e resolver ter uma gravidez saudável para no final entregar seu filho pra adoção. No Brasil é possível adotar crianças abandonadas e aqui na nossa Vara recebemos todas as crianças da região da cracolândia, do centro baixo, dos hospitais da paulista. São crianças fruto de estupro, filhos das drogas e do álcool, da pobreza e da violência que hoje estão presentes na nossa sociedade.

Para dar um lar pra essas crianças vcs precisam se preparar. Precisamos saber se vcs estão aptos para cuidar definitivamente de quem já foi abandonado uma, duas e até mais vezes. De quem não sabe o que significa a palavra mãe ou pai e muito menos o que é lar.

Por isso, não pensem que vai ser fácil e rápido. É uma gestação como outra qualquer, onde vcs terão tempo para maturar a idéia, estudar sobre o assunto e se prepararem para se tornarem pais de verdade.

O primeiro desafio será preencher a Planilha que estou entregando para vocês. Aqui vcs terão que assinalar idade, sexo, cor. Cor, por exemplo, o que é ser pardo? 18:30hs é pardo? Mas 19hs já é negro? O que é branco num país totalmente miscigenado?

Acho que posso considerar vcs brancos. O senhor tem lindos olhos azuis, disse olhando para meu marido. Vcs podem querer adotar uma criança negra, mas estão preparados para ter que provar várias vezes que ele é realmente seu filho? Como pretendem reagir quando ele for vítima de preconceito, vão bater no ofensor na frente dele? Se sentem fortes o suficiente para aguentar o pesado e surpreso olhar das pessoas quando verem vcs na rua? E o fato de algum parente ou amigo próximo não aceitar isso bem?

Outro fator, vcs deveram sinalizar questões como: aceitam adotar uma criança com doença grave? leve? incurável? O que cada uma dessas classificações quer dizer? Asma por exemplo, é uma doença incurável, pode ser grave ou leve. Vcs deixariam de adotar uma criança porque ela tem uma alergia?

O que dizer então dos problemas psicológicos? Uma criança criada na coletividade de um abrigo, vivendo com outras 15, 20 crianças. Ela é irritadiça? grande novidade. Quem não seria?

Criança com sindrome de down ou outra situação que aspire cuidados especiais. Vcs vão poder prover isso financeiramente e emocionalmente?

Aceita adorar uma criança vítima de maus tratos, sim ou não? Se a resposta for não, vcs não devem continuar esse processo. Todas as crianças que temos aqui são vítimas de maus tratos. Elas foram abandonadas ou retiradas de suas famílias por motivos fortes. Isso já é um grande mau trato a que essa criança foi submetida.

Esse não é o momento de serem heróis. Reflitam sobre o que realmente são capazes de suportar e marquem as alternativas que espelham o filho que vcs tem condição de criar com amor e dedicação. Ele vai precisar disso.

Depois de tanto tapa na cara, vcs podem imaginar que o casal sorridente que entrou na sala, tinha agora outra expressão no rosto. Estávamos sérios e digerindo tudo aquilo que ela descarregava sobre nós.

Acho que nesse momento ela se deu por satisfeita. Então com um sorriso sereno finalizou. Essas são algumas reflexões que eu gostaria que vcs fizessem. Não pense que estou desestimulando vcs, meu trabalho aqui é fazer um filtro. Nosso tempo é curto e nosso trabalho é muito, não podemos perder tempo com pessoas que tem idéias romantizadas ou motivações incorretas.

Se despediu serena nos desejando boa sorte.

Fiquei com a incômoda impressão que ela pensou que não nos veria novamente.

Primeiro passo

Existem no Brasil 3 tipos de adoção:

– Adoção a Brasileira: Este procedimento consiste em registrar como filha biológica uma criança, sem que ela tenha sido concebida como tal.

O nome já não presta né? bem a cara do jeitinho brasileiro. Gente, acorda, século 21. Não tem mais aqueles papos de “a criança foi deixada na minha porta, foi Deus que quis que eu fosse a mãe dela” ou “foi ficando lá em casa e eu acabei registrando”. Isso é ILEGAL e talvez vc não saiba, mas se a mãe biológica aparecer do nada, ela tem total direito sobre a criança.

– Adoção Pronta: A mãe biológica determina com quem ela deseja que o filho permaneça. Ela procura a Vara da Infância e da Juventude acompanhada do pretendente à adoção para legalizar uma convivência que já esteja acontecendo de fato.

É o tipo polêmico. Está dentro da legalidade, mas nada impede que essa mulher volte pra te assombrar mesmo já não tendo direito sobre essa criança.

– Adoção legal: Quando vc passa por todos os tramites legais para ter o direito de adotar um filho.

Beleza, vai lá e faz isso. Não vai querer começar dando o exemplo errado pro seu filho né?

Quer entender melhor como tudo funciona? Lê isso aqui, pode ajudar

A primeira coisa a fazer é ir com sua carteira de identidade ao Fórum mais próximo, procurar a Vara da Infância e Juventude e informar seu CEP. Eles vão te dizer a qual comarca (não sei se esse é o termo correto) vc pertence.

Sim meu amigo, o que determina quem vai te atender é o seu CEP. Nós, por exemplo, estamos em Pinheiros, tem um fórum a menos de 2 km da nossa casa. Mas por conta dessa divisão (que não consegui entender como funciona) nosso Forúm é o João Mendes e fica na Sé – São Paulo.

Não, não existe um site bacaninha onde vc digita seu CEP e é informado qual Fórum vai te atender e estamos falando de São Paulo hen meu amigo. Ao menos não achei nenhum. Nós tivemos a sorte de uma querida amiga que é advogada ter feito a consulta do nosso CEP direto num sistema altamente secreto que só a NASA e ela tem acesso e nos informou pra ir direto na Sé.

Motivação

Se passa pela sua cabeça, mesmo de forma embrionária, o desejo de adotar um filho a primeira coisa que vc deve investigar no seu íntimo, aquele íntimo que as vezes nem vc mesmo vai por que tem medo dele, é: qual a sua motivação?

Isso deve estar devidamente esclarecido pra vc mesmo e deve ser um motivo muito bem justificado. Vc irá se deparar com um corpo técnico na Vara da Infância e Juventude que está plenamente apto a perceber se sua motivação não está correta.

Abaixo cito alguns motivos que nos foram narrados (e as respostas que eu daria pra essas pessoas). São todos reais contados por psicólogos, assistentes sociais e mesmo pela juíza durante nosso processo de preparação.

– Motivo: Eu sou muito sozinha e quero um filho pra me fazer companhia

(Resposta que eu daria: Tente fazer as pazes com sua família, arranjar uns amigos, pintar esse cabelo)

– Motivo: Já tentamos de tudo e não conseguimos engravidar. Acreditamos que ter um adotivo pode facilitar isso

(Resposta que eu daria: Legal e quando o biológico chegar o que vc pretende fazer com o adotivo?)

– Motivo: Nosso filho morreu e temos tudo dele guardado em nossa casa.

(Resposta que eu daria: Sinto muito pela sua perda, mas seu filho não pode ser substituído. Vc pode ter outro filho, mas não o que já se foi)

– Motivo: Eu e minha mulher temos brigado muito e acreditamos que um filho pode unir nossas vidas novamente

(Resposta que eu daria: Terapia sai mais barato e tem mais chances de dar certo)

– Tenho muito boa condição financeira e estou doente. Não tenho para quem deixar esse dinheiro e gostaria de adotar uma criança pra deixar pra ele

(Resposta que eu daria: Que parte vc não entendeu que a criança precisa de uma família? Ela já foi deixada uma vez e dai vc adota ela e morre?)

– Achamos esse gesto muito bonito e gostamos de ajudar o próximo

(Resposta que eu daria: Tenho uma boa lista de instituições de caridade pra te indicar. Isso aqui NÃO é caridade)

– Gostaria de adotar uma criança de uns 9 anos porque meu filho tem 12 anos e é cadeirante. Queremos alguém pra fazer companhia pra ele, empurrar a cadeira quando precisar…

(Resposta que eu daria: Vc tem 5 segundos pra sumir daqui)

Só tem um motivo válido pra querer adotar uma criança. É o desejo de ter uma família. De ser pai, mãe e ter um filho. Aquela família da música do Titãs que tem amor, briga, conquistas, sofrimentos, união, perrengues. Precisa ter o desejo real de se dedicar inteiramente a esse filho e mudar sua vida e quem vc é em função disso.

Portanto, se vc tem a mínima dúvida sobre o desejo ou sua real motivação NÃO siga em frente até estar seguro sobre isso. Fica a dica!

P.S – Se vc deseja ter um filho biológico, sugiro que também investigue suas motivações. Incluindo que ter um filho por pressão social, por medo de envelhecer sozinho (ou ter alguém pra cuidar de vc na velhice) ou porque deseja passar seu DNA pra frente, deixando sua marca na humanidade (como se fosse um monarca) também não são motivações válidas. Ao menos na minha opinião.

O começo de tudo

Não sei dizer quando o tema surgiu dentro de casa. É como se eu e Age sempre soubéssemos que iríamos adotar um filho mesmo antes de conversar sobre isso. Pensamos sim em ter um filho biológico. Na verdade começamos os dois processos em paralelo hehehehe. Mas eis que uma força maior quis que o filho do coração (termo brega, mas totalmente real) viesse primeiro.

O Age tem histórico de adoção na família, isso pra ele é uma coisa normal e que ele muito desejava. Mas eu nunca entendi direito porque queria tanto isso. Porem quando fui contar pra minha mãe que estávamos iniciando o processo, ela disse: “vc está realizando o sonho que eu não consegui realizar. Eu disse: wtf??

Ela me contou que quando eu tinha 5 anos ela quis adotar uma criança. Ele chegou a ficar lá em casa alguns dias, mas meu pai não quis por motivos que minha mãe não lembra ou prefere não deixar muito claro. Ela apenas disse que ele não se interessou. Mas, a criança acabou sendo adotada (ironia) por uma pessoa da família do meu pai. Hoje ele é um rapaz formado e conhece toda a história. Esteve com minha mãe há um tempo atrás e deu uma foto dele com uma linda dedicatória dizendo que ela salvou a vida dele e chamando ela de anjo.

Quando minha mãe contou essa história eu fiquei muito tocada. Eu não me lembrava de nada disso. Pode não ter nada a ver, mas talvez   isso tenha ficado registrado na minha cabeça (ou no coração?) e eu cresci com essa vontade.

De qualquer forma, a primeira coisa foi contar para nossos pais nossa intenção e foi maravilhoso receber o apoio incondicional deles. Uma força positiva que foi muito valiosa na jornada que estávamos para encarar.

Esse foi o começo de tudo.

 

 

iniciar

Aos leitores (se houver algum) peço um pouco de paciência, sou nova nisso e não sei se conseguirei expressar tudo que sinto, penso e faço sobre o tema que vou falar.

A primeira coisa a ser dita é que eu detesto o termo “adoção”  (mas serei obrigada a usa-lo muitas vezes) e acho que tudo que leva amor ou coração no título fica com um “q” de brega. Assim cheguei ao nome do blog. Le Petit B612 é uma singela homenagem a Antoine Saint-exupéry que em seu Pequeno Principe criou personagens lúdicos e profundos que nos levam a refletir sobre valores e julgamentos e sobre o que é realmente importante nessa nossa tão curta vida.

Aqui vou falar um pouco sobre o caminho que trilhamos para ter hoje em casa nossa pequena Tamires que floresceu em nossos corações e tornou nosso mundo muito mais completo.

(Fábio, obrigada pela inspiração =)

Bem-vindo ao meu B612.